sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quando chegar o fim - Por Nilson Mesquita

Idas e vindas,
luta todo o dia,
o final cotidiano,
o ideal que se esvai.


Porque tanta determinação?
para que suar em demasia?
vejo o homem esgotado,
vi quando ele caiu,
levantou torturado,
frustrado,
sem expressão.


Não reclama,
não agride,
espera, carente,
vive do coração,
mas a razão o consome,
não sabe calcular.


Somente se manifesta,
e quer ser visto,
ser notado,
dizer quem é,
falar que pensa mudar.


Muitos lhe dão ouvidos,
sabem da sua angústia,
mas a agonia não cessa.


Anos e anos torturado,
uma busca incessante,
empurrado pela utopia,
quer mesmo jogar a toalha,
mas essa força lhe empurra,
sedento,
em frangalhos,
se arrastando como serpente.


Não entende que não lhe entendem,
tão claro que é,
é ávido,
se vê no anfiteatro,
a luz sobre si,
os olhos e mentes extasiados,
os braços abertos,
a felicidade de se pôr,
as idéias devoradas, a intimidade invadida.


É o céu ou é o sonho?
não sabe mais,
foi consumido pelo espetáculo,
confundiu-se com o personagem.


Será o fim?
o homem do lado lhe diz:
subiu apenas um degrau de uma longa e tenebrosa escada.


Se imaginou só todo o tempo,
escuridão,
solidão,
desilusão,
e agora de olhos abertos,
é que viu gente.


Simbiose,
sintonia,
admiração,


Ele já sabe,
quando chegar o fim...,
não, não, o fim não chegará,
agora é que vai começar!


Nilson Mesquita - Poeta e Escritor

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